quinta-feira, 6 de maio de 2010

Ilha bela


Em local isolado, lá ficava o elemento:
“Ser ou não ser, eis o que pensar!”
Pensara no poeta, mas não falara atento.

Isolado, perdido na ilha,
O ser lá estava, calmo a falar:
“Quero todo o mundo, até tua filha!”

Logo pensou que não deveria pedir
Nada. Seria um devaneio, calar
Seria melhor, mas resolvera atrair

A ira. Nuvens fecham, calado o tempo.
Paira A voz, sobre o luar ao mar:
“Que pedes assim, como tal elemento?”

“Quero tua filha, ó Deus!”, bradou o homem.
“Buscais por vias erradas, bravo ser,
Se quiseres além, falarás do que deve aquém.”

Silenciado o homem, repensou seus atos.
Surgiu em meio a tudo um único vulto.
A bela, a amada que desejara por retratos.

Ah, ilha bela, possuidora de alentos,
Salvaste uma alma de puros sonhos
Apenas para manter seus lineamentos.

Quem seria a partir de agora?
Que buscaria sem pedir mais nada?
Viveria apenas da grande aurora?

Respostas ninguém traria.
Nem numa passagem meramente isolada.
De resto, apenas o vento ouviria.

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