quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

A nova ilha

Rodeada pelos mares distantes,
Separada da terra e do além, sem mais vivas cores:
És a ilha, viço cambaleante,
Incapaz de gerar quaisquer amores.

Perdida no meio do nada,
A ilha parece um semover dúbio:
quanto mais se eleva a fronte acabada,
menos se percebe o sentimento decúbito.

Num par de mãos dilaceradas pelo tempo,
Ninguém pode ousar tocá-la e sair atento,
Pois não mais recebe naus ou marinheiros,
Apenas o mal, o negro, o baderneiro.

A ilha afundará, sim, talvez em breve.
A ilha afundará... Quiçá bem leve.
Lentamente e aos poucos...
Num mar roto de agruras e soltos

Todos os medos de uma alma escura...

sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

Às vezes

Um caminho de lágrimas é um dia chuvoso:
Quanto mais tu queres que passe, mais água vem dos céus.

Um caminho de paixões é um pedido de carinho:
O universo ao alcance, os desejos possíves.

Às vezes, os caminhos se cruzam.
Há vezes em que se toma outra direção.
Por vezes, nos soltamos e esquecemos a escuridão.

Num passe de mágica, o escuro esclarece -
Mil asas de anjos voam, pêndulas ao céu
Para trazer a alegria de estar aqui.

Às vezes somos instigados ao absurdo:
corre-se riscos, busca-se felicidades.
Mas quando há o temporal seguido de chuva,
Só os que estiveram presentes conheceram a sensação.

E isso só acontece às vezes.
Só às vezes.