quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

A nova ilha

Rodeada pelos mares distantes,
Separada da terra e do além, sem mais vivas cores:
És a ilha, viço cambaleante,
Incapaz de gerar quaisquer amores.

Perdida no meio do nada,
A ilha parece um semover dúbio:
quanto mais se eleva a fronte acabada,
menos se percebe o sentimento decúbito.

Num par de mãos dilaceradas pelo tempo,
Ninguém pode ousar tocá-la e sair atento,
Pois não mais recebe naus ou marinheiros,
Apenas o mal, o negro, o baderneiro.

A ilha afundará, sim, talvez em breve.
A ilha afundará... Quiçá bem leve.
Lentamente e aos poucos...
Num mar roto de agruras e soltos

Todos os medos de uma alma escura...

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