segunda-feira, 10 de maio de 2010

Ida sem bagagem

Sinto que o corpo queima cada vez mais.
Sei que um minuto passa e já não posso mais
Te ver. Sentir o teu abraço ou o fruto do carinho.

Já não vez, adorada, que o tempo passa?
Não percebes que um cálido vento nos enlaça?

De ti, percebo somente essa inconstância -
Maldita quimera que me fazes passar!
Sou de um lado frio e de outro também - leve calar!

Já não sentes, adorada, que é hora de partir?
Não percebes que nem um único minuto nos faz refletir?

Sob a doce luz da lua, esbanja-se saúde e audácia.
Só não há por quem lutar ou correr como se fosse nada,
Pois cá estou, uniforme e sem valentia, para a vida esfacelada.

Já não falas, adorada, com um ser que em ti nada brota?
Não percebes a frieza e a falta de gesticular nessa rota?

Por fim, não mais aparecerei - posto em praga o corpo eterno.
Um filme que já passou, outro que nem sonhei:
Assim é nossa vida, desde o velho tempo que te cruzei.

Termino de falar, adorada, mas não sem antes de lembrar:
A consequência da vida sem te ter é a mesma que sem te amar.

Um comentário:

  1. Quase chorei lendo :/
    é o meu preferido do teu blog (:
    e a pesar de tu afirmar que não escreve sentimentos, posso dizer que tu os reproduz muito bem, porque esse principalmente (não que os outros não estejam) tá maravilhoso!
    continua escrevendo assim, já ganhou mais uma leitora.
    bjo sorzim

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