domingo, 9 de maio de 2010

Páginas de ilusão

Num dia, debaixo das cobertas,
O livro era sua única companhia.
Sob um frio petrificante,
Num ambiente nada eletrizante,
Seria tudo igual a uma mania
Ou ler, vontades atadas?

Pensou, debaixo do cobertor,
Chegando à conclusão que só lia
Por gosto, por querer, por prazer;
De nada adiantaria estremecer
Perante um obstáculo que cria
Paredes de rubro torpor.

Começou a ler, acobertado,
Pois o frio ainda imperava, gelado,
E sua vontade era de terminar
Aquela história - longo caminhar.
Virada a primeira página,
Leu aquilo que não era magna:

A história era sua, do ser escondido,
Do homem que vive pelo céu reluzido,
Mas que em meio às tentações,
Nada faz por si, senão imitações
Das vidas que sempre desejou e quis,
Como se assim pudesse ser feliz.

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