terça-feira, 29 de janeiro de 2013

Poemas do Facebook - VIII

Mais um pouquinho!

***

Enquanto fazes gosto de me ver assombrado,
Trilho pelo caminho que outrora vi negado:
Redenção intensa, caminho das mil flores,
Encontrei em ti sentido em que não vão pudores.

***

Que aurora de boa ventura a traz?
Sinto que minha pele se levanta para ver
A bela alma que se aproxima lá atrás,
Nos distantes montes de flores a nascer.

Encho-me de carinho e torpor só para ti,
Tanto que inundo meu pensamento vago,
Tornando-se uma chama de peso raro
Como num sonho que um dia eu vi.

Eras a mais bela das princesas, meu amor,
Vinda de longe, num cavalo branco errante,
Que acertou o trajeto em passo escaldante.

Eras o meu amor, há tanto tempo um louvor,
Que hoje cura minha solidão de sentir capaz
Adiantar um tempo de que estou atrás...


***

Por que temos de dizer adeus?
É um presságio próximo, claudicante,
Ou um passo que daremos adiante?
Só sei que sou presente nos seus...


***

Não me peça que me perdoe sempre
Que eu te disser uma palavra sincera.
Somente o pó, que age como pantera,
É capaz de levar minha voz - compre!

Compra meu silêncio de batidas curtas
Que se revelam ao léu de esperanças
- Outras mil, como de costume, me furtas
Na maior inocência - gentis balanças...

O que era palavra doce agora é raio:
Estouras eloquente pelo espaço ralo
E atinges meu ouvido como de soslaio.

Era um tempo bom aquele: era matá-lo
A solução do teu problema - ele venceu.
O medo se irrompeu e invadiu o breu.


***

Neste belo conto de fadas em que te vi,
Não foste a única moça de belas madeixas
Que se fez escutar as taciturnas queixas
Que vieste cantarolando pelos ares - bem-te-vi.

Nas tuas asas fortes e arrebatadoras,
Vi que te prendias apenas ao horizonte -
Um belo arco de lonjura lá num monte
Que deita o sol em canseiras alentadoras.

A fada em que te transformaste era bela:
Só não imaginei que essa ilusão, ora aquela
História singela - se transformasse em dor:

Os belos olhos se tornaram o pior pavor;
Os singelos traços fizeram-se ora horrores
E tornou-se a bruxa de todos os meus pavores.


***

Enquanto desces ao mundo novamente,
Pairo-me no ar humilde a pensar:
Quem vem é minha amada incandescente
Ou é apenas o espectro do luar?


***

Minhas palavras se perdem em verso
Que me rendem lágrimas de teu olhar.
Se não fosse tão alto meu velho cantar,
Talvez não sentisses por perto adverso.

Nas ondas de tuas palavras, recriei o céu.
Agora, lá na tua ilha singela, levantas
As águas - ainda geladas - que espantas
Por versos não navegados, perdidos ao léu.

Segurarias minha mão se desembarcasse?
Não me deixarias afogar no mar assombrado,
Em meio aos sons - o que não é exasperado?

Trilho-me, amor: se antes eu sério abarcasse
Teu sorriso num leito alegre, inóspito, manso,
Hoje seria Poseidon, encarando todo remanso.


***

Em meio aos escombros, te procuro:
Onde está teu sorriso farto em alegria?
Em que lugar ficou teu reino escuro?
Está perdido no céu ou pura nostalgia?

Procurei teu sorriso em meio à idade
E encontrei apenas pó de prosperidade.
Que será de mim sem tua presença?
- Sofrerei apenas choros de convalescença...

Ah, querido filho, que te vês cedo partido,
O que resta a uma mãe prestar-se ao tempo?
O que resta a um pai de abraço retido?

Velo-te em meus olhos, pior agouro lento...
Não quero que o mundo pare e se vire:
Quero que meu mundo volte e aqui fique!


***

Hoje a noite não tem luar - negro espaço
Se faz o horizonte em meio à chama.
Queria uma onda de amor fervente - laço
No qual por outros motivos o poeta ama.

O negror celestial pairou sobre as vidas
Dos pagos do centro do estado amado.
Poucos viverão sem lembrar daquelas idas
Às festas lotadas do local agora zerado.

As chamas acenderam o alerta do povo.
Ninguém viu teu sorriso escapar pelo lado?
Quem me dera teu coração fosse alado!

Agora, resta-nos o silêncio que vem novo:
Que ascendam as almas ao firmamento
E que reflitamos sobre tudo neste momento.


***

Tu, que com tais versos me conquistas,
Quisera um dia perder em minhas vistas
A força do sentimento nobre e contente,
Que insiste em te ver apenas sorridente.

Do alto ao infinito da alegria, cativaste.
Na delicadeza dos movimentos, aplacaste.
No azul de tua poesia singela, senti.
Na clarividência de teu sorriso, ouvi.

Caminhos traçados que a caneta trouxe:
Quem me dera ao menos saber tocar-te
A alma com minhas belas ideias - Parte!

Parte meu verso para que leias - findou-se:
Lá, além do infinito do teu olhar, singelas
Homenagens às palavras que me revelas.


***

"O que você gosta de fazer comigo?"
- Te pergunto rindo, num baile amigo.
"Nada" - é teu pensamento alado vil,
Que explode em consumo de emoções mil.

Temos tanto juntos e parecemos pouco...
O que sempre foi um gesto de honestidade
Agora se faz como incólume cordialidade,
Para ser apenas uma réstia do tempo louco.

Antes, teu amante e amigo, repositório
De nossos segredos e total companheirismo.
Agora, lá longe, demonstras inverso locutório:

Ganhaste asas de um momento de fanatismo
E hoje não te vejo voando pelo céu azulado
- Apenas um refúgio de mim um tanto inesperado.


***

Ah, ingratidão! Filha da maledicência
E esposa do perdão! Que dor escutar
Aquela que todo o sempre te fez amar
Dizer que és rotina com eloquência!


***

Encontro-me ainda em meio a festejos
De pessoas que terão vidas definidas
Em meio ao cerco do futuro em lampejos
De uma sensação de purezas infinitas.

Rastejo-me fadado pelos cantos ao refletir
- E se tua vez brilhante tivesse chegado agora?
Crescerias de tal forma que te faria interagir
Com todos os caminhos que precisas de fora?

Sabe, carinho, às vezes se escreve certo,
Mas as linhas não estão tão sincronizadas:
É o tempo de rever o que há nas pisadas...

Agora, não fuja, pois, dos sucessos em volta:
Servirão de imagem para teu caminho de paz,
Aquele de que tu nunca mais voltarás atrás.


***

Se estiveres pensando em mim, amada,
Espero que não seja com certo desgosto.
Nunca esqueça que meu verso é posto,
Mas meu coração é asa bem aventurada.

Nos confins de teus sentimentos, há ainda
Singular opressão, vista tuas cercanias.
O zelo com que deposito meu sentir - manias
Breves - ainda é gigante para tua finda.

Ah, tempo maldito, que me malogra espaço
- És tão forte que não me serve qualquer aço
Para despedaçar esta espera de te ter:

Loucura fingida, gentil e irrompida, és ser
De longo traço agourado, mas que impele
O desejo profundo de tocar a minha pele.


***

"Deixe o resto comigo", ela pensou,
Mas se equivocou lúcida ao perceber
Que de nada adiantaria apenas ter,
Se não soubesse o valor que pesou.

A réstia do caminho ainda é profunda,
Mas os desejos ardentes de minha alma
Privam-se das dores em meio à calma
Para ganhar os ares de costas à rotunda.

Não vejo como impossível achares tudo,
Bem como é improvável que sejamos mimo
No meio da esfera hostil que faz este limo:

Quem desafia o que existe é valoroso,
Mas que não se preste a terminar, espelunca:
Retorço cada palavra que me disse "nunca".


***

Nunca mais vi teu belo rosto triste.
Não sei mais o que sentes ou vês.
Não procuro saber mais o que lês,
Pois já me apontaste o dedo em riste.

Não devo mais ser quem sempre fui.
Mostras-me que aquilo ficou distante.
Não há mais mostras do que há ante
meus olhos - espelho que nos conflui.

Antes, me pedira tempo - agora, distância.
Eu queria um amor cortês, gentil elegância,
Para que pudesse desfrutar das horas...

Agora, não te vejo mais - sequer estouras
A magia que de antes se vibrava ao léu
As emoções de nosso belo amor pelo céu.


***

Sonho bom é aquele ao teu lado,
Em que me esmero em longo abraço,
Para depois sentir com calor o laço
De que nos unimos por termos amado.


***

Nunca te esqueça do simples fonema:
É muito fácil escarrar maledicências
Na distância que presenteia essências.
Quero ver na frente do problema.


***

Não. Eu não vou esperar.
Eu já esperei por muitas
- Morenas, loiras ou ruivas
E todas vieram me matar.

Se tu pensas que mudas,
Saiba que a essência é só.
Para que esta seja outra,
Um mundo precisa ir.

Não. Eu não vou te esperar.
Eu não quero esperar.
Tuas palavras se perderam
- Abismo profundo demais.

Se tu pensas que mudas,
Que assim seja - e eu,
Perdido em meio às trevas,
Ergo-me na escuridão.

Sei que tu fizeste errado.
Sei que tu fizeste certo.
Só não sei pra que lado
Parte agora teu coração.


***


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