terça-feira, 1 de janeiro de 2013

Poemas do Facebook - II

O relógio baterá cinco horas em poucos minutos,
Mas meu canto não se desfaz pelo tempo perdido.
Há muito minha voz se declara aos prantos
A um amor que por muito se parece iludido.

Escrevo-te uma vez mais, para que saibas, amor,
Que em cada carinho escrito houve um sentido,
Pois em cada letra residiu inquieto o maior torpor
Que te buscou sempre em cada canto repelido.

Posso não ter todos os gestos do muito, amada,
Mas em cada um deles faço-te mais acalorada
Por apenas explicar cada sentimento nascido:

Não és apenas espaço do destino - mero exequido -
Que vem a cada instante vibrar todo meu carinho.
Quero nosso repouso tranquilo como um ninho.


***

Tu juras
Que dizes
Que amas
Sem pressa
Nem peças
Que eu diga
Que sim?

Tu juras
Que amas
Que dizes
Nem peças
Que dizes
Que eu diga
Que sim?

Sem pressa
Tu juras
Que dizes
Que amas
Nem peças
Que eu diga
Que sim?

Que dizes
Que amas
Tu juras
Que eu diga
Sem pressa
Nem peças
Que sim?

Que eu diga
Que amas
Sem pressa
Tu juras
Nem peças
Que dizes
Que sim?


***

Deitado inutilmente nesta câmara fria
Em que meus desejos inutilmente rasgam
E acabados em raivas se desmontam,
Um anjo desce e me vê: "Refria!"

"Tuas dores acabarão em pouco tempo",
Ele me diz, traduzindo sonoridades fonêmicas
Que, em princípio, não me passam endêmicas,
Por mais descontínuo que seja o contratempo.

Viro-me para o lado e não encontro meu sonho.
Afasto-me da parede do pensamento - nada.
Até quando ficarei nutrido pela tal amada?

"Que na tua esperança se faça teu ganho",
Diz-me o gentil anjo, asas a ruflar ao céu,
Enquanto me banho num mundo ao léu.


***

Palavras de angústia fazem-me declinar,
Ó, lua ardente! Iluminas minha noite,
Mas minha vida perde espaço pelo açoite
Pelas mais duras forças que hão de me atacar.

Tão belas eram as palavras, lua incandescente,
Quando no porvir venturoso o amor se fazia!
Que estúpidas sensações de dores se aplicaria
Ao que de tão puro e novato se fazia mais decente?

Não pude esperar em te dizer, minha triste lua,
Que não mais espero um sinal de agrura sua:
Deito em meu leito e espero o desfecho lento...

Que não seja dolorido ou francamente isento,
Pois em todas as passagens de afago no arrebol
Sempre esteve meu carinho, iluminado pelo sol.


***

Lembras das noites em que clamaste meu nome?
Lembras do desespero ao não nos falarmos?
Quem sabe ainda pensas nos mistérios que tome
Teu tempo, aprendiz inalcançável de nos arruinarmos...

Visceral e profunda dúvida que tens -
Âmago das repartições e separações precoces,
O que fazes com tão vil coração, contos aléns
- Ou rebate falso de questões pouco dóceis?

Caminhas lentamente para longe, gentil amada,
Pois te castigas por dúvida cruel, invertebrada,
Que insiste em te dizer que o curioso é novo,
Que insiste em explorar teu cérebro como um ovo.

Não há caminho ou motivo para que te esqueças
Que na maior vertigem da memória de nós dois
Um espaço para romperes esta casca desemudeças
Para, então, fazer sorrir um coração que vibra e sois.


***

Desejo a ti, meu inconfundível carinho, o melhor:
Não quero que as desavenças infames,
Que quaisquer faltas de amor como enxames,
Seja capaz de que nutramos mais que penhor.

Alguma vez nos dissemos que maior algo
- Maior que o sol, que as intempéries, que o mal -
Está por vir, que irá além de qualquer astral:
"Sois meu mundo, meu ano, meu dalgo."

Neste último dia do ano, quero-te feliz sempre.
Nas últimas voltas do ponteiro, penso em ti
- Como nunca deixou de sê-lo, dias aqui:

Não há nada como um amor que não se compre,
Que anseia teu toque num beijo amoroso enorme,
Para que o fim do ano seja como de quem dorme.


***

Quando cantas ao meu ouvido teu segredo,
Estou em cada momento apto a te entender.
Quando suspiro algum descontentamento cedo,
O que faço para que não queiras me ler?

Faço-me distante num momento, erro comum,
- Absurdo incalculável para não ter tuas palavras?
Penso que não estou sendo suficiente, nenhum
- Talvez resida o medo de ir sem olhar para trás?

Falei-te que só estaria para bons momentos
E uma lacuna de silêncio para afirmação se fez:
O que queres dizer, com ausência de tua tez?

Calo-me em meu canto, gentil silêncio de intentos:
Sou águia que voa em busca de te proteger,
Mas és um rouxinol que não me quer eleger?


***

Vês, amor meu, que em sábias palavras
Cristalizam-se os mais belos sentidos:
"Guarda cada uma delas, torne-as escravas,
Mas não permita aos desejos mal contidos."

Digo-te, como sempre, que não me venço
Por qualquer medo ou imperiosa vontade:
"Sois minha guia em tudo, neste lenço,
Naquilo que me vens com toda piedade".

Aos te distanciares, lembro-me de cada passo:
"Não as leia antes da hora certa, tá bem?"
"Bem me conheces para saber como faço:

Sigo meu coração em busca de me harém,
Nada mais que uma série de palavras belas
Que correspondem ao meu amor sem velas."


***

Encontrei uma carta - debaixo de outras doze...
Nela, falavas de um amor maravilhoso, coberto
Pelas mais belas palavras - charada de ouro e bronze
Que terei de resguardar no meu pensar esperto.

Caso eu não haja com sapiência, passos dados
Podem ser esperanças fugidias de jardins suspensos
- Ainda que flutuante, nas asas dos esperançados
Momentos em que dormiremos solenes, incensos.

Nunca recebera tal presente - com prazer enorme
Doze cartas que num ano atravessarão o mundo
Para dizer-me sobre o teu amor, algo mais forte:

Que sejamos felizes eternamente neste ano próximo,
Que a paz fecunde alegrias intensas ao fundo
De nossos corações que anseiam um futuro pródigo!


***

Em breve, mais! :)

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