quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

Poemas do Facebook - IV

Para não perder o costume... hehehe

***

De tempos em tempos, terras avistam mares.
Para onde quer que corra, ao céu ou ao sul,
Não encontrarás calmaria que te encares
Simplesmente por não teres caminho azul.

És de um tempo - e de outro também, querida.
Avanças em caminhos ociosos ao bem infinito
- Não respondes ainda com quem é que compito
Para chegar às tuas palavras, bela margarida.

Se caminhas para o céu, onde pensas parar?
Se vais ao fundo, para onde queres te levar?
Aqui, fico eu a me perguntar em meio ao mundo:

Que não se repita em ignorâncias vindas do fundo
Nem se repila cada palavra como simples adorno,
Afinal, tens o mundo e nele deve ter teu contorno.


***

Ah, meu amor, o doce beijo do descanso!
Quisera que outros tempos fossem brandos
Para aliviar-me em teus braços e manso
Pensar que este tempo passou aos mandos.

Foi-se o tempo do medo? O da retaliação?
Não - Eu sei que não. Ainda assim a ação
De encontrar o nosso refúgio é tal e tanta
Que não importa a condição para quem canta.

Ouvi meus versos! Eles querem te dizer algo!
Querem que saibas que não importa nada:
Apenas que teu amor cultive sempre sonhada:

A perfeição do rei, da rainha e do fidalgo,
No nosso espaço de amor, cambaleante e belo,
É sempre um total amanhecer em nosso castelo.


***

Expuseram-se os panos na longínqua noite...
De onde menos se esperava, o calor se fez!
Abriram-se alegrias em sorrisos de sensatez,
Bem como outros movimentos eram açoite!

Ah, gentil amada! Que lindo escutar tua voz!
Mal sabes o tempo que me debati em versos
Para tanto saber o que há de reais regressos
No cântico sereno de uma fala ágil e feroz!

Exalaste candura, depois das duras lágrimas
- Rios de lágrimas presentes em teu repertório.
Agora, meu amor, não precisas mais de lástimas:

Anjos despiram asas flamejantes no oratório,
Ganharam forma humana e por aqui pousaram:
Fiquei e chegaste - na forma que sempre amaram.


***

Saio agora - vou-me além!
Em breve te vejo - clamo amém.
Em uma beira estarei, assim:
Chamando-te amor, muito afim.


***

Somos uma costa de mar tempestuoso.
Enquanto formos um amor, anjo meu,
Não saberemos o que será apenas teu
Já que ainda seremos algo tortuoso.

De que importa a dúvida nesta relação?
De que servem os medos além de "não"?
Ainda há muito tempo correndo lá fora.
Não assassine o amor que te ameno roga!

Isolar-se e refletir-se talvez seja mal maior:
Tempo já passara e ainda não decidiste.
O que há de lembrar amor com tanto suor?

Não permite, anjinho, que te mal disseste:
Sois esperança sempre em terra de luar,
És mais forte que o vento e qualquer atuar.


***

São mais 24 horas.
Mais este pouco tempo de espera.
Mais este pouco espaço de miséria.

São apenas 24 horas.
Terei as respostas do meu vento.
Terei as confissões de meu amor.

São aquelas 24 horas.
Passa de sorrisos a tristezas.
Passa de injúrias a gargalhadas.

São estas as 24 horas.
As que me farão ver meu mundo.
As que me farão deslumbrar a fundo.

São só mais 24 horas.
Mais 24 horas.
24 horas.
Horas.


***

Ah, porto seguro, dos meus amores, quem diria?
Tu, um mero e destemido livro, cuja capa soletra
Apenas o desejo fiel de quem apenas o faria
Sentir-se mil vezes a flor mais bela em uma letra.

Espaços ganhas em viagens frutíferas pela mente,
O que não te impede nunca de teres frequente
Aquela tal dúvida que esmoece toda vez que falo
Que te amo abissalmente como voa o tal cavalo.

Tu, livro de todo presente, faz-se em páginas belas
O que ela mais tem de amor presente, sim, singelas
Maneiras de duvidar de algo que é o seu presente:

Que meu canto seja ouvido além-mar, eloquente,
Pois teu porto seguro é balsa que vive a balançar,
Contudo sempre firme, como meu desejo de amar.


***

Esferas em desenlace no horizonte.
Cânticos serenos de calmaria constante.
Espaço aberto para inúmeras realizações.
- Onde há caminho para vários corações.

Veja que não se interrompe o momento:
Há luz ao final de cada palavra dita ao fundo,
Pois de certezas incertas vive nosso mundo,
Acabando por ilustrar o que é dito pelo vento.

Acalmemos o coração, pois: é hora de criar.
Criar laços mais fortes, desejos mais contantes,
- É hora de sabermos o que há de transformar.

Não importa o quanto existe de implantes.
- Importa, sim, que toda e qualquer modificação
Esteja consoante com aquilo que diz o coração.


***

Fiquei a um passo de te escrever,
Mas sei que ainda devo esperar.
Isso faz de mim um insensato ser
Ou ainda devo estar aqui por amar?


***

Enquanto a chuva desce lá fora,
Aqui dentro meu coração insistente,
De tanto brigar com o que há agora,
Palpita humilde em seu querer latente.

Lágrimas do céu abençoam a terra,
Fertilizam o chão pueril do quente verão.
Ainda assim, brotam-lhe lágrimas, coração,
Que se desfazem como quem erra.

Feliz a planta que recebe a chuva dócil;
Feliz o pranto que desce a orvalhar.
Fica em transe meu coração a olhar:

Com tanta água no céu em cinzas no cio,
Não se espere que em todo dia se faria
Um feixe maior no coração que a agonia.


***

Dorme a noite sonhadora
E com ela, mil estrelas em riste:
Vês o que me deixas triste
Ou é ilusão apenas amadora?


***

Como quisera ao menos uma vez,
Vi que te sentias presa, fechada e só.
Notei que, de dentro de si, de todo pó,
Surgia tua melancolia, com maior altivez.

Sangras palavras em discursos doídos
- Me dói mais não poder te falar aos ouvidos
Que todo aprendizado provém do fazer
E que, para isso, deve-se sempre querer.

Vejo teus braços ruflarem para alçar voo
- E nao vejo só: todos a tua volta veem
Que estás a ponto de criar além do "sou":

Eu, vento que bato insone em tua redoma,
Relembro-te que falta pouco para o que sol
Derreta teu castelo, este que ainda te doma.


***

Adiante, mais!   

        

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