domingo, 3 de fevereiro de 2013

Poemas do Facebook - IX

De novo! :)

***

Quando começas a balançar tuas curvas
Em minha direção mundana, desvaneço.
Quero-te humana e quente, além do esforço
De humilhar-me para sentir-te - esmoeço.

Sinto teu corpo em meus olhos, tal como és
A carne que me atiça o carinho - puro ultraje!
Já que não estás comigo - infelizes ao invés,
Agora enlouquece por algo sem feio traje.

Acreditas na felicidade carnal, bela dona?
Eu não a creio - infeliz redundância conclusiva,
Que me põe à prova a qualquer linda diva:

Meu sentimento vence o carnal que abandona.
Quem busca deteriorar meu amor, esfinge sã,
Depara-se com o pilar que será meu talismã.


***

O sol invadiu a sala, como quem
Ilumina toda a escuridão existente.
Por que, sol, tu não brilhas excelente
Para meu coração que busca outrém?


***

Amanhecer num longínquo horizonte
Não é mais que a prece pedida um dia.
Agora que na cama sozinha tu conte
Cada migalha do meu eu - gigante monte.

Daqui a pouco estarás com pessoas
Com as quais te relacionarás muito bem.
As migalhas que hoje no breu remontas
Serão esquecidas ao maior vento também.

Não pense que não conheço finais felizes,
Mas o nosso parece buscar que te organizes,
Pois ainda sofres o silêncio das conversas.

As asas da liberdade ruflam apenas esparsas,
Pois ainda não conseguiram te alçar voo -
Falta-te equilíbrio para encontrar o teu "sou"?


***

Um poema para a saudade seria apenas
Mais um entre tantos que poderia escrever.
Só o faz mais especial, de chagas penas,
Para que lances ao longe teu puro fazer.

Sinto tua falta como se sente do anjo a falta:
Guia-nos pela escuridão cinzenta da vida,
Mas que permite seguir seu percurso, na alta
Periculosidade que examine - caminho de ida.

A volta é um olhar para trás sem visão:
Quero-te ver aqui comigo, sem nenhum vão,
Mas precisas sentir no coração a primeira dor...

Um dia, quando tudo pairar, no eterno resplendor,
Viremos de encontro um ao outro - a saudade
Deixará seus medos e será bela cumplicidade.


***

Fiz o que você mandou: joguei ao vento
Aquele velho avião de papel, pairando ao ar,
Que intenta cores e mais cores, para amar,
E que aos poucos desce devagar, lento...

Balançava pelo teu suspiro cansado de ser
Meu bem, meu chão, minha cor, meu ler,
Mas que, sôfrego desassossego, desceu
Para encontrar morada no meu infinito breu.

Quando encontrou o chão e então repousou,
Fez-se em pedaços o que era velha folha:
Despedaçaram-se em milhões - coração ousou.

Agora, depois do voo mais alto: hora das pernas.
Afinal, desejo-me vivo voando novamente - e olha:
Aquela mão vil jamais trouxe lembranças eternas.


***

Oro para que a calma arrefeça o coração.
Hoje é dia de sentir além da escuridão.
É tempo de buscar nos teus olhos amor
Para sentir a cada pulsação o teu calor.

Hoje é dia de te homenagear. Quanta gente
Cala o pavor e se vê ao lado alegremente
Daquela que servirá todo seu sentimento
A quem consiga caminhar ao firmamento?

Prezo pelo caminho da boa venturança:
Não sou devoto, mas respeito teu guia
Que avança a longos passos sem agonia:

Que neste dia, se encha de esperança
O teu, o meu - coração de todos os humanos,
Para termos livres nossos erros mundanos.


***

"Somos feitos da mesma matéria
Que os sonhos", disse Shakespeare.
Sendo assim, por que não é etérea
A vida que se coloca no imenso pier?


***

Abordar as possibilidades do sonho
E concorrer com a ilusão alimentícia:
Seríamos fruto da água num banho
Ou resquícios da vida em bivalência?

Trazer à tona o real desejo de paz
Nem sempre nos faz correr atrás
Dos mistérios passageiros sombrios,
Pois se deseja ver mais com brios!

Repele a insígnia de possibilidades,
Corre além das palavras não ditas,
Para, enfim, ir longe do que conflitas:

Quero-te longe do espaço da maldade
E verás que há todo o mundo aberto
Para encontrar o que achas correto.


***

Ah, mundo real! Se eu te ligo ao vivo
Tu corres para mostrar as reprises
Que minha vida insiste em tornar crises
Em momentos que não há adjetivo!


***

Vim falar ao mundo o que penso sobre mim:
Verdades inconsequentes, imorais virtudes
Não seriam de zelo algum ter as vicissitudes
Que explodem à volta e pairam como capim.

Se meu eu realmente quer se expor - será?
Temíveis pensamentos aplacariam o mundo.
Não me resta sentir ódio ou amor moribundo
Para que minha asa dê vida ao que acontecerá.

Falo ao mundo que agora é tempo da virtude.
Sou a mescla dos singelos golpes da completude
Que viram casaca quando quer saber me expor:

Falar sobre si pode ser tão duro quanto teu amor,
Pois refugo as almas tristes componentes do medo,
Para servir de chave ao que mostra o meu enredo.


***

Será que fomos atores da nova peça?
Encontramos o que desejamos agora?
Feliz que sabe fazer bem a tua hora,
Que já não age como quem tem pressa.

Deixaremos as marcas nos conduzirem?
As mesmas que ficaram no teu beijo?
Queria prova maior - se possível seduzirem
Minhas palavras como quem tem desejo.

Se a esperança permanecesse contigo,
Acreditar seria sempre apenas um passo
- Estar contigo eternamente além de um laço.

Que as contas de quem fora um dia amigo
Retornem aos lares da perfeição antiga
- Agora nosso espaço anfitrião que se faz viga.


***

Termino minha obra pelo começo:
Caminho ao passo lento, sozinho,
Destituindo pó e, por fim, realinho
Todos os lados do sentir de gesso.

Acabou o exílio de meu certo coração.
Desço à Terra novamente para ser
Não apenas o desejo comum, mas ver
Que há mais por aqui a promover fusão.

Bem no fundo de teu coração, anjinho,
Deixei minha marca criar novos frutos,
O que não te impede virar um moinho:

Rodarás constante os caminhos brutos,
Pois nesta vida não temos derrota igual
Àquela que faz o bem ser apenas o mal.


***

Não sentes o cheiro, o aroma no ar?
É belo e é triste - longe voam em par
Para as masmorras que encontram luar
Nos duros sentidos de um amor peculiar.

Refresca tua memória e comigo lembra:
De que me serviram os anos de sombra
Com a sempre gentil formalidade da obra
Que montamos juntos - e agora é sobra?

Lá longe, no vasto pensamento esquecido,
Nenhum momento vão será redimido
Nas penumbras que me invadem o sentido:

És e eras, para que um dia sejas o anjo
Que iluminará o caminho deste arcanjo
Esperando ver na lua o teu rearranjo.


***

Amanhã será um lindo dia, meu bem.
Criamos o laço eterno no meio do mal.
Agora, mesmo com a distância abismal,
Recriarei o universo para mim também.

Recolherei todas as cartas de amor -
Ditas, espero, com sinceridade feroz,
Pois as reconheceria de longe o algoz
Desejo da separação que se faz primor.

Se um dia toquei teu coração abalado,
Lembre: comigo, grandes sonhos voaram
E se dimensionaram até o nosso lado...

Agora, compartilhando de teus ensejos,
Torna cada lembrança sons que iluminaram
E que agora guardam impulsos e desejos.


***

Hoje, nesta festa de despedida animada,
O Receio encontra o Orgulho novamente:
Abraçados, cantarolam - temível apunhalada
Que o Alegria provocará à alheia mente.

É o dia de tua despedida. Sôfregos reponsos
De ar inestimável pairam sobre a festa.
Enquanto a Tristeza e a Maldade riem sonsos,
Despede-se a Felicidade, que a todos presta.

Vais cedo de nosso caminho longo, Feliz.
Se um dia pensamos que conviverias comigo,
Hoje percebo que apenas olhava o umbigo.

Que a distância seja mútua - e por um triz,
Rápida viagem das desventuranças do Amor,
Ele chegue aliviando o coração da temível dor.


***

Às vezes sinto o silêncio da noite
Dizer-me versos ainda sem entender.
Pego-me várias vezes num açoite
De lembranças que querem se erguer.

Quando penso em ti, estás partindo...
Em minhas memórias, este "abandonar"
É verbo inconjugável, se esvaindo -
O que sempre ao menos busca me orientar.

Às vezes, vejo-te passando pela porta.
Parte - e quando de novo me dou por conta
Sonho com teu retorno lento à ponta.

Quando penso em ti passando pela porta,
Percebo que meu mundo partiu-se em dois:
Um antes do amor; o outro amor, depois.


***

Dia da saudade, é verdade... Lembrar
Dos acontecimentos findos além-mar...
Quem me dera reconsiderar o tempo
Para vê-lo passar, tranquilo e lento...

Repassa-me o filme das saudades antigas
E remeto-me às atuais: mútuo de carinhos
Terminados - aos montes e nos moinhos
Da vida se encerram passagens amigas.

Dia da saudade e me despeço de ti, amor:
Foi-se o tempo do medo e da infelicidade!
Quisera um pouco mais desta vontade...

Agora, passos adiante, olhar para trás
Não basta - Querer o momento na idade
É a flor do recomeço que o tempo traz.


***

Deu! :D                

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