sábado, 9 de fevereiro de 2013

Poemas do Facebook - X

Segue adiante!

***

Sangra-me emoções ao ler-te saudosa
De algo que nunca fora em dia algum.
Simples expor tua emoção desgostosa,
Quando em nada relembras ser nenhum.

Admiro minha falta de olhares ao perceber
Que fui único cativador de algo brilhante -
Não se quer, imune às palavras do instante,
Crer que a saudade é apenas um certo dizer.

Ah, se um dia eu não tivesse me envolvido,
E desconhecesse a tua impureza tão virginal
Talvez hoje meu coração estivesse resolvido.

Nas agruras lembranças do tempo carnal,
Deixei estendido meu coração frio ao vento,
Para que ele se seque e se cure, apenas lento.


***

Com cheiro de local novo, inabitado,
Meu coração se abre para ti assim,
Meio quieto, tonto, um pouco nublado,
- Resquícios de um tempo sem fim.

A lua me observava à noite, num sonho,
E eu caminhava em sua direção apenas.
Num caminho de luz e espaço risonho,
Havia a esperança - abraço sem penas.

Então a lua se despediu, breve e distinta.
A aurora trouxe algo mais quente e vivo,
Algo que um dia eu agradecerei num silvo:

Uma base nova, um sustento feito em tinta,
Com a fragrância do que vem forte e novo,
Para então partir ao recomeço - de novo.


***

Escondido por trás de teu olhar,
Percebo a nuance da vida doída.
Serve-me dizer-te que ao falar
Tu entregas a chaga, a moída?

Teu sorriso não me engana, não.
Sei que na curva que se realça
Está a dor para que haja perdão
- Mínimo espaço que te percalça.

É, doce moça, fingir-se felicidade
Talvez seja rude, tal qual maldade,
E não te traga aquilo que esperas...

Não finjas que não existem ternuras
Que realmente te elevem - uma vez:
Busca, anjo lindo, a tua feliz lucidez.


***

Tudo que te tocou no imenso instante
De sentimentos quentes - doce semblante
Que eu via à noite no maravilhoso céu
Que nunca mais esqueci, no gosto do mel.

Fiquei na encruzilhada do nosso desamor:
Cruzar a esquina da vida, perene torpor,
Ou ingressar na rua sem rumo, no novo,
No gosto daquilo que provarei num povo.

Engato minha marcha de caminhada lenta,
Ingressando na nova estrada cheia de poeira
- Sem sequer olhar para trás, que aumenta:

Estou a um passo de deixar a minha beira.
Avanço ao mais destemido impacto distante,
Que me fará novo ser no mundo instigante.


***

Não me sinta de longe
Tão longe
Por perto
Deserto
De minha alma.

Não te desejo mal algum
Sem ruim
Ou pela noite
Com açoite
Dentro do corpo.

Não me espere sempre doce
Tão doce
Ou até salgado
Mal amado
No meu coração.

Não serás meu anjo cálido
Tão pálido
Ou até sagrado
Comprado
De formas tão lindas.

Não sei se me ouves ou lês
Me vês?
Ou mal enxergas
Alegas...
Dentro do teu peito?

Não quero que me respondas
Às sonsas
Ou me digas
Sem ligas
Qualquer resposta sobre nós...

Só desejo que tu partas
Com aspas
Ou com beijos
Mas sem desejos
De nunca mais voltar...


***

Levanta de teu desfortúnio, anjo meu!
Já é tempo de escrever as memórias
Que um dia foram as nossas glórias
No espaço que talvez já emudeceu...

Queria encontrar as melhores palavras
Para fazer tua noite mais engraçada -
Não vejo, no entanto, a força que lavras
Quando determinas a perigosa alçada.

Ainda assim, digo-te sempre: levanta!
Não posso silenciar frente ao desalinho
Que forças num sentido tão magrinho...

Venhas com a força desmedida e tanta,
Para que eu possa te segurar o mundo
Para além deste teu sono tão profundo.


***

O mantra que por ti faço é simples:
Não tenhas medo do imponderável,
Pois nossos recursos - bem provável -
São suficientes para que contemples.

Repousa em berço sereno tua dor.
Ela quem tenta forte te indicar a volta
Deve ser calada para que posterior
Seja tua ida com abraço que envolta!

Acalma teu coração, querida amiga
- Protege tua mente do que é insano!
Imponha a teu coração apenas a figa:

Aproveitarás teus dias de um novo ano,
Voltando com as riquezas da novidade
- Algo que ninguém te tirará noutra idade!


***

Se qualquer gesto de desamor
É um gesto de socorro por amor,
O que faz da temível glória distante
Uma torre que sustenta o instante?


***

Teu encanto se dissolve dia após dia.
Sinto que em outros tempos não fora
Exatamente o que sempre senti, ora.
- Apenas resquício da imaginação ia.

Vejo-te em meio aos belos retratos
De outra gente desconhecida agora,
Mas não consigo remontar os tratos
Que um dia tivemos - ou foi numa hora?

A sede do novo atiça teu ser roído:
Não há mais passado que se curve
Ao que outrora me pareceu doído...

Na tua caminhada, que não se turve
Na memória o que houve de belo,
Já que te fazes esquecer o singelo.


***

Quero te falar de uma coisa, meu bem,
A seguir sobre onde ela anda, quem sabe,
Talvez a encontremos lá onde não acabe
As milhares de palavras que te falo também.

Quero te falar sobre aquilo que nos une,
Aquilo que há anos falavas ao meu ouvido.
É um assunto um pouco batido, meio tímido,
Mas que não cabe mais dentro de um cume.

Falar sobre o meu maior sentimento é fato
Sobre o qual preciso de toda tua atenção,
Pois assim saberei o que pensas, então.

Resta-me agora que não te faças boato
- Claro, falarei o que desejo a um querubim,
Para que eu tenha o desejado final assim.


***

Em extremos momentos dentro de ti,
Vejo a força da luz trocando válvulas.
Há muito mais dor, pavor nas máculas
Do que ódio ou amor que fica em si.

De lado a lado, vejo-te mal recomposta
- Um anjo que desce à Terra e migra
De um universo a outro em pura intriga
E que ainda busca sentido sem resposta.

Se não dormires num dos polos, princesa,
Acordarás com a bigamia dos pudores:
De um lado frescura; do outro, malfeitores.

Deixa, então, tua brilhante razão acesa,
Para que teu coração encontre local seguro
E possas desfrutar da vida e do ar puro.


***

Ah, poesia dos meus encantos! Tu que sabes
Te transformar nos versos dos mais insanos
Compreendas que em tom sempre tu cabes
Na minha alma em doces momentos cotidianos.

No verso ou na rima, clamarás palavras sãs,
Para que as estrofes não se transformem afãs
No leve ritmo das cadeias silabadas do dizer,
Que prestam a ordem ao que acabam de ver.

Se meu canto é assim, gentil poesia do sono,
Quisera-me encontrar à distância teu trono,
Para então ser o poeta de sabor mais adverso:

Com isso encontraremos, tu e eu, meu verso,
Que deságua na vida sem maior pudor ou fel,
Em busca dos lírios que te atiçam com o mel.


***

Chegado o dia do silêncio, penso no que dizes
Ao repensar tudo que aconteceu entre a gente.
No momento em que desceres destes deslizes,
Nos encontraremos para viver o bem excelente.

Mas aqui estou - parado, sem ação, sem enxergar
Que o paraíso está por trás de nós, apenas imóvel
Esperando o sol chegar, para que possamos acordar,
Saindo logo deste mal que se faz tão vil e ignóbil.

Então me abraça agora e me carrega para o céu!
É hora de ver a felicidade que nos traz até aqui já!
Não repenses teu gênio como quem busca mel...

No nosso paraíso ainda posso ver - ele está lá!
É nosso futuro que carregamos com tanto ardor,
Para finalmente encontrar o nosso distinto amor!


***

E na tua escuridão, não me chame de luz:
Incandesço mais raios - e sol me inveja.
Quereis buscar teu incessante e vil pus
Onde não mais há espaço para tua igreja?


***

Miseráveis num mundo sem igual,
Nós somos formados pela matéria
Que te dará um rio quase banal
De lágrimas a desterro da etérea.

E ainda somos todos iguais no vulto
- De cores, de lágrimas, de dor e vida,
Que insiste em ser tal qual um culto
Para justificar teus feitos comedida.

Encontramos nossa miséria apenas
Dentro de nós mesmos - mesquinhos.
Isso nos leva apenas aos moinhos:

Sem forças para subir montes, penas -
Sôfregos, somos o estrato do urbano
No momento em que se diz humano.


***

Uma canção de mim mesmo - uma benção suprema -
Já que minhas palavras erigem-se ao vento, edema
Do mais puro golpe de mazelas já antes difundidas
Que agora adocicam os ouvidos com quem tu lidas.

Uma canção de mim para mim - sôfrego repouso
Das palavras que insistem em sair claras e doces
Para um universo que retém as pálpebras precoces
E que não quer ver a imensidão do que eu ouso.

Uma canção de mim não passa de um lamento,
Pois adoeço ao sofrimento do tempo que vem lento,
Mas que me mostra que meu eu ainda sobrevive:

Não me martirizo pelas circunstâncias que já tive,
Apenas reflito sobre meu passado que veio assim
- Apenas isso bastaria numa canção sobre mim.


***

Então existe a hora de nosso adeus?
Que doce afirmação seria esperar
Que nosso último toque para contar
Fosse o caminho nos amores seus...

Nós caminhamos para rumos tortos -
Não mais que aqueles que faríamos,
Mas tão distantes para sermos mortos
Um ao outro - e um jazigo construiríamos.

Há o tempo de agora, que pede lonjura,
Mas que não deixa de te ver mais pura
Perante os caminhos que se fazem mal:

Agora, enquanto recriamos nosso astral,
Reclina-me o rosto mágico de alguém,
Que parece vir querendo assim o meu bem.


***

Já é hora de partir, meu bem - ouviste?
É minha voz que te clama um sorriso,
É meu peito vil que te chama conciso -
Não é hora de reformar o dedo em riste?


***

Imagino-te pensando em mais um passeio,
Mais um momento longe dos pensamentos...
Enquanto afogas as lembranças em desalentos,
Substitui-os por descontínuas passagens que leio.

Eras-me a flor mais bela, que buscou um mundo,
Que sacrificou outro, que tenta o maior fundo
Para encontrar-se em meio às feras solitárias -
Bestiário das mais difíceis outrora indumentárias.

Nas águas tranquilas encontra o repouso do medo,
Mas tenta igualar o receio no mundo dos espertos,
Para tentar cheirar-se de odores purificados e lerdos.

Ao passo que feres teu coração de tão azedo,
Maculas a história que um dia te fez maior princesa,
Deixando-te agora escrava de si própria, acesa.


***

Até que ponto chega a nossa estupidez?
Como negar a ciência por meio da voz
Que simplesmente quer impor sua altivez
Em vez de se deparar com o mundo atroz?

É incrível existirem pessoas como você.
Demovedora de mentes, que remontam
O cotidiano das pessoas como encontram
Pedaços de comida devorados - precoce.

Na contramão da evolução, duvidar de quem
Traz os teóricos melhores caminhos pra gente
Traz também uma grande aberração, inutilmente:

Esbarras palavras em cabeças de outrém
Que mal tem dinheiro para alimentar sua casa,
Mas que retornam tua fortuna - essa "gentil" asa.


***

Se um dia me responderes como o vento,
Ilustrar-me-á sibilantes conquistas justas:
Com qual força intenta falar em complemento
Para te ver longe de si e de mim - astutas?

Nas tempestades em que me encontro, só,
Vertigens de bom humor acompanham-me,
Mas as réstias de tuas palavras são como pó:
Levantam, preteiam, sujam - emaranho-me.

O vento poderia levar tuas palavras infinitas
Ao recônditos menos explorados de mim,
Já que não apelam mais ao destemido fim:

Apontam para janelas de sãs almas escondidas,
Insistentes por trazer o fulgor das lembranças -
Espero aberto para as quaisquer mudanças.


***

Você apareceu no meio do nada hoje à noite.
Que prazer encontro ao te perceber agora!
Seria mais frutífero eu te desvendar afora
Ou receber cada palavra num puro açoite?


***

Pensei, um dia, que tudo fora especial.
Nos mínimos detalhes - ilusão contida
No imenso trajeto percorrido sem o mal,
Na intensa coragem que em ti foi vivida.

O mundo uma vez se pintou em verde,
Para recriar o mar que brilhou as lentes
E cristalizou a maior beleza - que perde
Teu sentido quando alivias sementes...

Quando acordei de meu sonho doido,
Senti a dor de desvanecer do paraíso
E encontrar meu rosto teso, mas liso:

Foi-se o sentido que pairou doce, moído.
Ficou a esperança de um dia melhor,
Que se faz em paz sobre todo penhor.


***

O jardim da lua foi pronto para nos receber:
- Meu amor, que glória é essa que me insiste
Em te dar a paz num mundo que, de triste,
Incendeia passagens ao vento por não ver?

Se te observo pelo longo caminho, despes-se:
- Antes eu era uma, mas agora sou meu eu,
Sou a flor que perfuma ao longe carinho teu,
Mas que não pode viver apenas de tua prece.

Este foi meu último sonho contigo, meu anjo,
No momento em que, despida de teus pavores,
Vi que a vida teria caminho melhor aos clamores:

Nesta balada que se faz meu dia, ritmado banjo,
O sonho que um dia tive perdeu-se no jardim
Que preparei pelo amor que se foi pelo jasmin.


***

Naquela noite em que te encontrei,
Agonizando em meio à cólera mundana,
Meu coração de gozo se encheu - lei
Áurea de minha constelação doidivana.

Nasceu ali meu sonho belo e comum,
Em que te cuidaria pelo resto da minha vida.
Pouco eu lembrava que crescerias - num
Pó, meu corpo desvanecerá e irás moída.

Caminha, coração, para teu novo monte,
Pois em outro lado terás tua felicidade -
E que nunca custe nada além do horizonte.

Na minha redoma de cristal, terás idade
Para retomar teu caminho de luz abençoada,
Que um dia foi apenas minha estrela coroada.


***

Mentira - espectro do horror nascente
Que te fez longe por meio da tempestade.
Alegria - ah, alma cálida que, eloquente,
Traz os novos cantos de sua majestade!


***

No rabiscar deste lápis agora renovado
Que transforma o meu antigo sentir,
Em muitos mares de lágrimas afogado
Está agora meu coração a refletir.

Cruzei papéis legítimos de poeta,
Encontrando borrachas do passado.
Preferi o silêncio - avanço pelo lado
E revejo meu eu - adorável pirueta!

Enquanto escrevo sobre meu amor,
Nenhum rastro levou aquele vapor
De quando éramos bem entrelaçados:

Ficou o carinho dos antes namorados,
Que o lápis quer mostrar ao mundo,
Mas que obscurecemos lá no fundo.


***

Quando começas a balançar tuas curvas
Em minha direção mundana, desvaneço.
Quero-te humana e quente, além do esforço
De humilhar-me para sentir-te - esmoeço.

Sinto teu corpo em meus olhos, tal como és
A carne que me atiça o carinho - puro ultraje!
Já que não estás comigo - infelizes ao invés,
Agora enlouquece por algo sem feio traje.

Acreditas na felicidade carnal, bela dona?
Eu não a creio - infeliz redundância conclusiva,
Que me põe à prova a qualquer linda diva:

Meu sentimento vence o carnal que abandona.
Quem busca deteriorar meu amor, esfinge sã,
Depara-se com o pilar que será meu talismã.


***

Por hoje é só! :)                           

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