segunda-feira, 18 de julho de 2011

Perguntas

Eu te pergunto:
"Tu vens?"
"Não hesito",
é tua resposta.

Em meio a um milhão de flores,
Vejo teus olhos brilharem em gozo profundo:
Estás a um passo de encontrar teu caminho,
Um passo dado em meio ao nada e ao mundo.

Eu te pergunto:
"Tu queres?"
"Anseio",
é tua resposta.

Como num conto de fadas,
Caminhas como uma Alice sem asas
Em busca de tua contemplação,
Ou de um mágico alicerce para casas.

Eu te pergunto:
"O que queres?"
"Não sei",
é tua resposta.

Num altar finito de ideias,
Mas múltiplo em capacidades,
Regozijas receios, atacas contrariedades -
Só vejo a ti em meio às parcas possibilidades.

Eu te pergunto:
"Quem sois que me buscas?"
"Uma alma cálida e serena",
é o que pensas.

As palavras não saem,
revoltam-se contra o proferimento
E lá elas ficam, apagadas ou engasgadas,
Não ditas pelas sombras de todos os receios.

Eu te pergunto:
"Agora, o que faço?"
Silêncio - eis a resposta:
O que pensas e o que falas.

Quem eu seria em meio ao não dito?
Qual abraço seria a contemplação do sentido?
Que busca, que alicerce, que palavra
Há de esgotar a agonia de um bendito?

Não mais pergunto.
Respostas não há.
Há um carinho sincero,
Que clama por um "ah"...

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