segunda-feira, 18 de julho de 2011

Trilogia do três

I

Um ano agora feito.
Um beijo agora estreito.
Um passo com certeza eleito.
Um ramo de flores,
Mil palavras ao vento.

Conheci-a num gesto passado.
Qual lívido refresco trazido pela brisa,
Foste una e várias, cabeça e tronco,
Para salvaguardar em teu coração um meu pedaço bronco.

II
Jazias pensamentos, efetuavas mistérios:
"Quem seria a alma portadora da chave
Que abriria as portas do inédito?"
Pulsou meu coração em batidas celérios.

Sempre foste uma amazona aguerrida:
Alma, braços, palavras e carinho.
Tiveste de mim aquilo que eu mais portei:
Pensamento, falas e um tanto de ninho.

III
Estive perdido em pouco tempo:
Chegaste e encontraste o espaço perdido.
Se eu fosse a passagem ao rito intento,
Serias um corpo em que eu estaria adormecido.

Como a alma o tempo quis
E, enfim, ao léu nos fez deixar,
Aquele passo dado num dia feliz
Virou a carga irônica de uma risada a explorar.

***

Viste a alma e o céu em que me transformei?
Sentiste o silêncio apalpando tua mente?
Reviste em passos e pesadelos um passado ardente?
Recriaste o corpo que um dia configurei?

De nada se faz uma trilogia
Além de alma, espelho e som.
Em todos eles há o espaço da alquimia
Para assim chegar ao teu coração.

Um comentário:

  1. esse tipo de poemas são os meus preferidos!
    pena que os mais bonitos são feitos de baixo de mágoas, ou pelo menos parecem ser... sempre

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