I
Um ano agora feito.
Um beijo agora estreito.
Um passo com certeza eleito.
Um ramo de flores,
Mil palavras ao vento.
Conheci-a num gesto passado.
Qual lívido refresco trazido pela brisa,
Foste una e várias, cabeça e tronco,
Para salvaguardar em teu coração um meu pedaço bronco.
II
Jazias pensamentos, efetuavas mistérios:
"Quem seria a alma portadora da chave
Que abriria as portas do inédito?"
Pulsou meu coração em batidas celérios.
Sempre foste uma amazona aguerrida:
Alma, braços, palavras e carinho.
Tiveste de mim aquilo que eu mais portei:
Pensamento, falas e um tanto de ninho.
III
Estive perdido em pouco tempo:
Chegaste e encontraste o espaço perdido.
Se eu fosse a passagem ao rito intento,
Serias um corpo em que eu estaria adormecido.
Como a alma o tempo quis
E, enfim, ao léu nos fez deixar,
Aquele passo dado num dia feliz
Virou a carga irônica de uma risada a explorar.
***
Viste a alma e o céu em que me transformei?
Sentiste o silêncio apalpando tua mente?
Reviste em passos e pesadelos um passado ardente?
Recriaste o corpo que um dia configurei?
De nada se faz uma trilogia
Além de alma, espelho e som.
Em todos eles há o espaço da alquimia
Para assim chegar ao teu coração.
esse tipo de poemas são os meus preferidos!
ResponderExcluirpena que os mais bonitos são feitos de baixo de mágoas, ou pelo menos parecem ser... sempre