segunda-feira, 26 de abril de 2010

Soneto amoroso

Quando te vi, numa noite cálida e escura,
Soube que não haveria mais luar sem dor.
Afinal, seria assim a distância, impura,
Longe de tua face e de teu amor.

Logo na primeira noite, quente e profana,
Houve um espaço guardado de rica beleza:
"Hás de ter fé e amor, sabor e gana,
Pois jogar comigo é uma mágica gentileza".

Tempo passa, tempo volta, a pleno vapor.
Momento anda, caminha e transpõe
De que adianta um momento ir sem torpor?

Se lança, por fim, a longínqua caminhada
Em que num afã de grandeza se dispõe
A mais rica das cabalas: ser da bela amada.

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