sábado, 4 de junho de 2011

Anjo-luz

Num espaço vazio, numa caixa de presente,
Na hora da virada, no momento do desastre,
Nessa vida de alegrias, noutra feita de tristezas,
Uma luz é vista ao fundo.

Num momento passado, na hora do presente,
Na vida de viajante, ou na criada por um mestre,
Quando em desejos, ora fugazes ora afáveis,
A luz é cada passo mais próxima.

Numa tríade de amizade, desejo e conquista,
Numa dor convertida em prazer,
Com aqueles sinais de complacência permanente,
A luz toma forma.

De um claro momento, de uma estúpida fala,
De um passado memorável, de um presente conflitante,
Um futuro perfeito que está por vir:
A luz é um anjo.

Um anjo branco, clarividente, incandescente.
Cega-me vê-lo, me consome a vontade
De tê-lo para realizá-lo, dia após dia.
O anjo não cairá em desgraça, pois me salvará.

À luz do dia, um anjo de encantos profundos.
Ao cair da noite, uma luz que perdura além do mundo.
Que anjo é esse que me tenta e que me esquenta?
Que luz é essa que me faz perder o chão?

É a luz do mundo, exclusiva pra mim.
É a alma que me carrega e que me move.
É o sonho que desabrocha a cada aproximação.
É minha vida, minha terra; meu anseio, minha perdição.

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